A LUTA
"Concluídas as pesquisas nos arredores, e recolhidas as armas e munições de guerra, os jagunços reuniram os cadáveres que jaziam esparsos em vários pontos. Decapitaram-nos. Queimaram os corpos. Alinharam depois, nas duas bordas da estrada, as cabeças, regularmente espaçadas, fronteando-se, faces volvidas para o caminho. Por cima, nos arbustos marginais mais altos, dependuraram os restos de fardas, calças e dólmãs multicores, selins, cinturões, quepes de listras rubras, capotes, mantas, cantis e mochilas...
A caatinga mirrada e nua, apareceu repentinamente desabrochando numa florescência extravagantemente colorida no vermelho forte das divisas, no azul desmaiado dos dólmãs e nos brilhos vivos das chapas dos talins e estribos oscilantes...
Um pormenor doloroso completou essa encenação cruel: a uma banda avultava, empalado, erguido num galho seco, de angico, o corpo do coronel Tamarindo.
Era assombroso... Como um manequim terrivelmente lúgubre, o cadáver desaprumado, braços e pernas pendidos, oscilando à feição do vento no galho flexível e vergado, aparecia nos ermos feito uma visão demoníaca."
Trechos extraídos do livro "Os Sertões". " http://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/histcanudos12.htm "
Euclides da Cunha foi um antigo escritor, Pré modernista onde foi reporter do estado de São Paulo
e foi enviado para acompanhar a luta dos Canudos. Após voltar com seu conhecimente Euclides lançou
uma das maiores obras literarias escrita por um brasileiro "Os Sertoes " onde ele retrata a vida
dos sertanejos contra os governamentais.
José P. Neto, Victor Bombarda - 3ºB.
Um comentário:
Descrições minunciosas do sertão contida neste livro.
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