quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Gilberto Freyre


Biografia

Gilberto freyre nasceu em 15 de março de 1900 em recife e veio à óbito em 18 de julho de 1987, foi um sociólogo, antropólogo, historiador, escritor e pintor brasileiro. Gilberto Freyre inicia seus estudos frequentando, em 1908, o jardim da infância do Colégio Americano Batista Gilreath. Tem seu primeiro contato com a literatura por meio de “As Viagens de Gulliver”. Freyre estudou na Universidade de Columbia nos Estados Unidos onde conhece Franz Boas, sua principal referência intelectual.Seu primeiro e mais conhecido livro é “Casa-Grande & Senzala”, publicado no ano de 1933 e escrito em Portugal.Freyre foi um dos pioneiros no estudo histórico e sociológico dos territórios de colonização portuguesa como um todo, chegando mesmo a desenvolver um ramo de pesquisa que denominou de Lusotropicologia.

A principal obra de gilberto freyre é Casa Grande e Senzala, a qual relata principalmente:

- Características gerais da colonização portuguesa do Brasil

-formação de uma sociedade agrária, escravocrata e híbrida

- O indígena na formação da família brasileira

- O colonizador português: antecedentes e predisposições

-O escravo negro na vida sexual e familiar do brasileiro

Importancia de Caza Grande e Senzala para a sociologia

Casa-Grande & Senzala tem como cerne as origens da sociedade brasileira vista através do cotidiano na casa senhorial no Brasil colônia. A casa-grande é utilizada como uma metáfora do Brasil colonial, cuja sociedade teve seu arcabouço na atividade econômica, a monocultura açucareira; dela resultando uma sociedade patriarcal, agrária, escravista e mestiça. [...]

Freyre discute a formação da sociedade brasileira a partir das contribuições das raças branca, índia e negra, imbricado aos conceitos de raça e cultura. Através da relação entre os primeiros portugueses, degredados ou não, e as índias, vistas com exuberância pelos olhos europeus, que tem início a povoação num clima de “intoxicação sexual” (p. 161). [...]

Freyre busca também as origens que levariam ao sucesso da adaptabilidade dos portugueses nos trópicos. Em Casa-Grande, os portugueses são retratados como um tipo que devido ao contato com diversos povos na atividade mercantil, não apresentava como os demais povos europeus, uma consciência de superioridade racial, daí serem mais receptivos às demais raças e misturarem-se com facilidade. O ponto de convergência da sociedade colonizadora era o catolicismo enrijecido, que funcionava como um aglutinador social. [...]

A sujeição do africano ao português, tanto nas relações de trabalho como sexuais produziu a base do que seria a sociedade brasileira. Ainda que já houvesse contato entre ambos desde o início do período ultramarino, foi no Brasil que aconteceu o aprofundamento das relações em uma fusão cultural e racial entre brancos e negros. Embora a análise de Freyre sobre a sociedade patriarcal e escravocrata seja vista como açucarada, a obra não nega a violência do sistema, e por não ser este seu foco, ela aparece entremeada às relações no cotidiano dos senhores de engenhos e escravos. Assim como o branco português, o negro africano também foi apresentado como colonizador, mas dentro da lógica da escravidão. A sua influência se daria através da criação de um mundo paralelo ao dos brancos, utilizando para isso a relação de submissão, necessária para sua sobrevivência, e as lembranças de suas tradições e sua cultura de origem. É principalmente o escravo doméstico, por sua ligação “intima” com a Casa-Grande, o veículo da colonização através do sexo forçado pelo senhor à mucama resultando no filho mulato, no negrinho que servia de brinquedo para o filho do senhor, ambos criados sob os cuidados das mesmas escravas, que se resignavam com o sadismo da sinhá para garantir sua sobrevivência. É dessa relação entre poder e sobrevivência, respectivamente entre brancos e negros, que surgiria uma cultura propriamente brasileira expressa na fusão do vocabulário das duas raças, nas práticas diárias, nas crenças e nas representações de poder. [...]

(http://lemaposerra.blogspot.com/2010/05/casa-grande-senzala-gilberto-freyre.html)